O clima da ponte aérea é totalmente diferente. Na teoria esse tipo de vôo liga as cidade de São Paulo e Rio de Janeiro, mas na prática é muito diferente. Nenhum clima de emoção, pessoas vestidas com roupa social, sérias, apressadas. Tão apressadas que as vezes não sobra tempo para a educação.

Há dois anos pego esse tipo de voo pelo menos uma vez por mês. O estopim disso foi hoje, em Congonhas, quando entreguei a minha passagem para o funcionário da Infraero e disse "Bom dia". Ele me olhou surpreso e disse "Você disse bom dia? Estou aqui desde cedo e essa é a primeira vez que me dão bom dia". Aí avisei ele: o pessoal da ponte aérea não conhece esse tipo de expressão.

Pensando nisso, e no clima esportivo que o Brasil está, pensei em lançarmos as Olimpíadas da Ponte Aérea:

Nado sincronizado sem sorriso:

Sem água, essa prova acontece logo na sala de embarque. Todos estão indo viajar por um motivo super importante e isso os faz se sentirem a última bolacha do pacote. Tal evento é tão necessário que o passageiro tem que estar preparado para quando chegar ao seu destino. Para isso ele teve que se lembrar de levar mil coisas: documentos, celular, computador, ipad, caneta, brindes, roupa social, cartões de visita, cartão de milhagem, agenda.. Uma coisa ficou de fora! O sorriso. E é essa a essência da competição. todos ficam tão sérios, mas tão sérios, que eles devem ter um pacto de não sorrir. Ganha quem conseguir manter o ar sério e compenetrado por mais tempo. Aquele que conseguir tirar um sorriso do rosto do passageiro da ponte aérea já começa as olimpíadas com vários pontos de vantagem

Corrida dos 100 metros livres:

Nessa o passageiro é mero espectador, afinal ele continua competindo na prova anterior. A do sem sorriso. Agora nessa da corrida participa exclusivamente a tripulação. A ponte aérea dura, em média, 45 minutos. O tempo de cruzeiro é menor e os comissários têm que correr para entregar o serviço de bordo e recolher tudo a tempo. Se o voo tem turbulência aí ferrou. Eles têm que correr mais ainda. Uma verdadeira maratona!

Corrida dos 100 metros com obstáculo:

O avião pousa, mas ainda não estacionou. O aviso de apertar os cintos ainda está aceso e os benditos passageiros já estão de pé, amontoando para desembarcar logo. Parece que há uma ordem para a evacuação imediata da aeronave. Sobra tudo pra coitada da comissária, que tem que ficar repetindo no sistema de som que os passageiros devem voltar para as poltronas. No melhor estilo "professora de quinta série dando bronca nos alunos". Se eu fosse piloto iria frear bem forte quando chegasse no ponto de estacionamento. Só pra ouvir os apressadinhos levando um tombo no corredor.

Nas fotos você vê o sinal de apertar os cintos ainda aceso e os passageiros todos de pé.

Salto sem vara até o corredor:

Depois do pouso e daquele climão com a bronca da comissária a porta da aeronave é aberta. O embarque enfim é autorizado. Você que seguiu as instruções de segurança tenta desembarcar, mas encontra no corredor aquele pessoal que levantou da poltrona antes da hora e fica de fuzilando com os olhos só por você ousar sair da poltrona e passar na frente deles. Quem consegue sair rápido é um herói!

Lançamento de bagagens:

Nessa prova o passageiro também é mero espectador. A prova é realizada pelo pessoal de terra da Infraero que, sutilmente, jogam as bagagens nas esteiras. Selo de frágil pra que? Elas são jogadas mesmo. Sem dó nem piedade. Essa prova não é exclusiva da ponte aérea, mas se você estiver desembarcando em Congonhas vai poder assistir tudo de camarote. A parede do terminal de desembarque é de vidro. Assim você consegue sofrer melhor, vendo sua mala nova, cheia de coisas que você comprou, sendo lançada como se fosse um disco de competição olímpica.

Tá vendo? A ponte aérea é pura diversão. Quem disse que não dá pra viver tantas situações em pouco tempo?!

Agora em julho saí de férias e novamente a bendita opção de fazer uma conexão surgiu no meu roteiro. Ainda um pouco traumatizado da minha experiência anterior, quando passei dois dias em Caracas para conseguir chegar em Punta Cana, fiquei receoso.

O esquema dessa vez seria o seguinte. Meu destino final era Nova York. O voo direto mais barato era pela TAM que cobrava R$2.700. Ao mesmo tempo a Avianca oferecia o mesmo trecho por pouco menos de R$2.000. Uma economia bastante considerável. O problema seriam as dez horas de conexão em Bogotá. Pesquisei, pesquisei e resolvi encarar. O resultado foi melhor do que eu esperava!

A começar pelo serviço da Avianca. Vim num Airbus A330. Tela individual, vários filmes, séries e reportagens em vários idiomas (inclusive em português). Além disso o sistema de entretenimento a bordo permite que o passageiro escute suas músicas do ipod ou de um pen-drive conectando os dispositivos em entradas individuais. Alta tecnologia que agrada o passageiro e faz com que as 5h30 de voo de São Paulo até Bogotá passem mais rápidas.

A configuração das poltronas também é uma boa. O esquema é o 2x4x2. Explico: dois passageiros num lado, fileira central com quatro assentos e na outra ponta outros dois assentos. A distância entre a poltrona da frente também é uma boa. Gostei bastante.

O serviço de bordo foi normal. Nada de especial. Como saímos de São Paulo às 8h30 da manhã a refeição foi café da manhã. Ovos mexidos ou omelete acompanhados de café e pão. No fim do voo eles passam novamente com bebidas e mais um sanduíche quente. No quesito quantidade superam as concorrentes. Já fui para Frankfurt com a TAM passando o serviço de bordo uma única vez.

O atendimento dos comissários também nada de especial. São educados, mas não se esforçam para ser super simpáticos. Normal em voos internacionais na econômica, não é?
Por fim, outro ponto positivo! Foram extremamente pontuais. Decolei na hora e minutos marcados e pousei 5 minutos antes do esperado.

Bom, agora vamos à conexão! Ao chegar em Bogotá tive gratas surpresas!

A primeira é que minhas malas seriam levadas diretamente para o meu destino final, no caso Nova York. Não sendo necessário eu pegá-las e depois despachar novamente.

A segunda boa notícia é que eles dão ao passageiro de desembarcar ou não na Colômbia. Se você quiser aproveitar o tempo que ficará em solo para conhecer Bogotá pode sair do aeroporto. Basta fazer a imigração. Caso contrário, você é diretamente direcionado ao embarque de voos internacionais e nem precisa passar pela imigração. Uma maravilha!

A terceira e boa notícia vira ótima se você, como eu, optar por ficar no aeroporto. Aqui tem internet grátis!! Basta ligar o computar, selecionar a conexão wireless “Aeropuerto ElDorado” e usar. Muito bom! Além disso, um balcão com várias tomadas fica à disposição dos passageiros. Só tome cuidado porque as tomadas tem entrada apenas de “pauzinho”. Não as de bolinha, como muitas do Brasil.

Pra ajudar a passar o tempo o saguão, que é pequeno e de fácil localização, tem algumas lojas e o tradicional Dutty Free. Na foto ao lado você vê a praça de alimentação e algumas lojas.

Comer também é fácil e não é caro. R$1 vale em torno de 1.200 pesos colombianos e aqui a gente encontra lanches a partir de 4 mil pesos. Bem barato, vale a pena.

No fim acho que essa conexão valeu. Se você não estiver com o cronograma da viagem apertado vale a pena passar algumas horas aqui na Colômbia. Além de economizar um bom dinheiro você tem a oportunidade de conhecer outro país.

Chegou a hora de planejar a sua próxima viagem. Vai para algum lugar super badalado e cheio de coisas pra fazer? Que tal economizar com a acomodação e guardar mais dinheiro para as compras e os passeios? Os albergues estão aí!

Se o seu destino é uma cidade super famosa e cheia de atrativos como o Rio de Janeiro, Buenos Aires, Londres ou Nova York saiba que você vai desembolsar uma boa nota para garantir a hospedagem. Além disso, se você quiser aproveitar tudo o que essas cidades têm para oferecer, saiba vai ficar pouquíssimo dentro do quarto do hotel. Por isso, nesses casos o albergue pode ser uma boa opção. Lá você vai gastar pouco num destino onde vai precisar apenas de um lugar confortável para descansar e recarregar as energias.

Os preço dos albergues chegam a custar até dez vezes menos do que as diárias dos hotéis. Em Buenos Aires, por exemplo, enquanto a diária no “Ibis” sai por R$127 no quarto duplo, sem café da manhã, o albergue “Palermo House” cobra, no mesmo período, R$12,55 por pessoa em quarto compartilhado e R$26,36 no quarto privado. E ainda inclui o café.

Para se hospedar na zona sul do Rio de Janeiro você vai pagar R$45 por pessoa na diária do albergue Terrasse. Já o hotel Mar Ipanema cobra, no mesmo período, R$359 no quarto duplo.

Os albergues também oferecem passeios e serviços a baixo custo. A própria equipe que trabalha no local organiza festas e pequenos passeios grátis ou a preço de custo. Os tours geralmente são a pé ou então usando o transporte público. A idéia entreter os hóspedes e fazer com que conheçam a cidade através do olhar de um nativo. E, claro, gastanto pouco!

Para quem não abre mão de se comunicar com quem está longe a grande vantagem dos albergues é o uso grátis de internet. É raro você encontrar um albergue que não tenha computadores e rede wi-fi à disposição dos hóspedes. Tudo isso sem gastar um tostão.

Mas fique ligado! Se você adora alguns “mimos” oferecidos pelos hotéis, saiba que será bem difícil de encontrá-los num albergue. Como por exemplo toalhas de banho, xampus, sabonetes e ferro de passar. Esses itens devem ser levados pelo hóspede. Tudo para economizar no preço da diária, mas nada que vá abalar a sua viagem. Por isso procure sempre se informar antes da reserva qual é a estrutura oferecida e se você terá que levar a sua própria toalha, por exemplo.

Falando em banho, nos quartos coletivos e em alguns privados os banheiros atendem vários hóspedes. Variam de acordo com a estrutura de cada local. Em alguns há um banheiro por quarto e em outros um por andar. Fique ligado na hora de fazer a sua reserva.

Quarto coletivo ou individual?

Se estiver viajando sozinho ou com amigos, o quarto compartilhado pode ser uma ótima opção! Além de conhecer gente de outros países, você vai poder trocar dicas sobre vários destinos com outros mochileiros.

Os quartos coletivos variam de tamanho e podem receber de seis até dez hóspedes. Geralmente eles oferecem roupa de cama e armários individuais (veja foto acima), onde o hóspede pode deixar suas coisas enquanto sai pela cidade, mas atenção! Fica por conta do cliente trancar o armário. Por isso não se esqueça de levar pelo menos um cadeado extra quando for se hospedar num albergue. Dê preferência aos cadeados de senha, pois assim você não corre o risco de perder a chave por aí.

Os quartos privados, embora com um preço maior, ainda são mais baratos que quartos de hotéis. Oferecem mais tranqüilidade e são ideais para casais e até mesmo famílias. Lá, por exemplo, você não corre o risco de ser incomodado no meio da noite quando um dos outros hóspedes chegar de madrugada depois de uma festa.

Cuidados na hora de bater o martelo

Antes de reservar seu hostel tome alguns cuidados. Procure em sites de busca deste tipo de hospedagem. Lá você confere qual a foi a avaliação de outros hóspedes sobre o seu albergue e confere os comentários deixados. Uma dica é Hostel World que tem no banco de dados albergues em mais de 180 países.

Antigamente quando um hospede chegava ao hotel ele já sabia que teria direito a todas as refeições embutidas no preço da diária. Com o passar do tempo a moda do “opcional” foi tomando conta das redes hoteleiras mundiais. Até chegar ao ponto de nem o café da manhã estar incluso. Virou “opcional”.

Pois bem, a moda chega agora às empresas aéreas. Quer conforto? A TAM cobra 50 dólares a mais para os passageiros dos voos internacionais poderem sentar nas poltronas que ficam na saída de emergência. O tamanho da poltrona continua exatamente o mesmo, o serviço é igual ao oferecido ao resto da classe econômica e algumas poltronas, por segurança, nem reclinam!