"Opcional". A era de cara de pau das companhias aéreas

Antigamente quando um hospede chegava ao hotel ele já sabia que teria direito a todas as refeições embutidas no preço da diária. Com o passar do tempo a moda do “opcional” foi tomando conta das redes hoteleiras mundiais. Até chegar ao ponto de nem o café da manhã estar incluso. Virou “opcional”.

Pois bem, a moda chega agora às empresas aéreas. Quer conforto? A TAM cobra 50 dólares a mais para os passageiros dos voos internacionais poderem sentar nas poltronas que ficam na saída de emergência. O tamanho da poltrona continua exatamente o mesmo, o serviço é igual ao oferecido ao resto da classe econômica e algumas poltronas, por segurança, nem reclinam!


A TAM resolveu tirar proveito dessa situação quando viu que os assentos da saída de emergência eram disputados pelo passageiros. Explico: por segurança, essas duas fileiras devem ter uma distância maior da que está na frente para caso de uma saída pela porta de emergência, os passageiros conseguirem sair por lá. O que era uma esperta decisão do passageiro de pernas maiores, agora virou oportunismo da companhia aérea, que aproveita para tirar um a mais de quem quer viajar por lá.

Tá com fome? A Gol também aproveitou para lucrar com o seu. Depois de trazer ao mercado aéreo nacional a horrível barrinha de cereal, agora a companhia aérea cobra pelo serviço de bordo. Pra quem achava que não podia piorar, estava enganado. A Gol, que há muitos meses deixou de ter as melhores tarifas do mercado, agora está conquistando uma nova marca: a do serviço mais cara de pau do país.

Nos voos acima de 1h30 de duração o passageiro tem que comprar a comida. Os lanches não saem por menos de R$12 e tem combo que chega por R$20. Você confere os preços neste site.
Um dos problemas é que para não levar prejuízo, a Gol nem sempre tem um bom estoque de lanches abordo. Uma vez fui de SP pra Porto Alegre e uma passageira ficou revoltada, com razão, porque acabaram os poucos lanches abordo e ela não conseguiu comprar para o filho dela. Uma criança de 5 anos que estava com fome.

O engraçado é que a empresa que quer se consolidar no mercado como a companhia aérea onde todas as classes podem voar, não se preocupa com isso. O passageiro que poupou dinheiro o ano inteiro para voar para o norte/nordeste para rever a família não tem R$20 pra comprar um lanche mequetrefe para todos os familiares que estão junto com ele no avião. Se fosse em uma viagem de ônibus ele, com certeza, teria levado a comida de casa ou então teria algum bar de beira de estrada pra comprar comida. Seria essa a solução então? A Gol poderia disponibilizar um microondas para os passageiros trazerem duas marmitinhas de casa. Claro que o uso do microonas seria cobrado. Algo em torno de R$1,00 para 4 rodadas de aquecimento?

A Webjet, que até então se destacava no mercado pelo baixo preço e bom serviço, também resolveu aderir ao “opcional”. E, na minha opinião, com a maior besteira do mundo! Quando você compra um bilhete no site deles, eles te oferecem pra reservar o assento (prática COMUM e básica em todas as companhias aéreas). Só que na Webjet o passageiro tem que pagar R$5,00 pra isso!! (veja foto ao lado). E se for na saída de emergência fica mais caro: R$10. Como isso, meu Deus?!


Enquanto as demais empresas aéreas investem em tecnologia para dar independência ao passageiro na hora de reservar o assento e até a fazer check-in sozinho pela internet, a Webjet me vem com essa de cobrar pra marcar o assento. Pra mim, um verdadeiro tiro no pé essa tentativa de ganhar um trocadinho a mais. Pusessem uma cestinha na fila do check-in com a mensagem “Ajudem-nos a melhorar os nossos serviços com a sua contribuição” e ganhariam o dinheiro mais honestamente. Quem viaja com a família, com o medo de não ter lugar junto na hora do voo, acaba pagando essa taxa absurda.

Bons tempos em que o “incluso” nem existia. O incluso era o básico.

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